Inês mito eterno.

A figura da bela menina, pura e sossegada, por Inês representada, foi pelo mundo inteiro reconhecida como exemplo de luta da mulher, pelo amor uno, sensível e original.
Escritores afamados reproduziram na sua escrita em prosa ou ao gosto lírico a lenda de Inês de Castro E D. Pedro.
 Destacam-se:

Luís de Camões, poeta do século XVI, com a célebre obra Os Lusíadas, onde a história de amor em mito se constitui em belas oitavas, cheias de momentos trágicos.
Aqui ficam os versos que o demonstram:


Passada esta tão próspera vitória,

Tornado Afonso à Lusitana Terra,

A se lograr da paz com tanta glória

Quanta soube ganhar na dura guerra,

O caso triste e dino da memória,

Que do sepulcro os homens desenterra,

Aconteceu da mísera e mesquinha

Que despois de ser morta foi Rainha.



Tu, só tu, puro amor, com força crua,

Que dos corações humanos tanto obriga,

Deste causa à molesta morte sua,

Como se fora pérfida inimiga.

Se dizem, fero Amor, que a sede tua

Nem com lágrimas tristes se mitiga,

É porque queres, áspero e tirano,

Tuas aras banhar em sangue humano.



Estavas, linda Inês, posta em sossego,

De teus anos colhendo doce fruito,

Naquele engano da alma, ledo e cego,

Que a Fortuna não deixa durar muito,

Nos saudosos campos do Mondego,

De teus fermosos olhos enxuito,

Aos montes insinando e às ervinhas

O nome que no peito escrito tinhas.



Do teu Príncipe ali te respondiam

As lembranças que na alma lhe moravam,

Que sempre ante seus olhos te traziam,

Quando dos teus fermosos se apartavam;

De noite, em doces sonhos que mentiam,

De dia, em pensamentos que voavam;

E quanto, enfim, cuidava e quanto via

Eram tudo memórias de alegria.



De outras belas senhoras e Princesas

Os desejados tálamos enjeita,

Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas,

Quanto um gesto suave te sujeita.

Vendo estas namoradas estranhezas,

O velho pai sesudo, que respeita

O murmurar do povo e a fantasia

Do filho, que casar-se não queria.



Tirar Inês ao mundo determina,

Por lhe tirar o filho que tem preso,

Crendo co sangue só da morte indina

Matar do firme amor o fogo aceso.

Que furor, consentiu que a espada fina,

Que pôde sustentar o grande peso

Do furor Mauro, fosse alevantada

Contra hûa fraca dama delicada?



Traziam-na os horríficos algozes

Ante o Rei, já movido a piedade;

Mas o povo, com falsas e ferozes

Razões, à morte crua o persuade.

Ela, com tristes e piedosas vozes,

Saídas só da mágoa e saudade

Do seu Príncipe e filhos, que deixava,

Que mais que a própria morte a magoava.



Pera o céu cristalino alevantando,

Com lágrimas, os olhos piedosos

(Os olhos, porque as mãos lhe estava atando

Um dos duros ministros rigurosos);

E despois, nos mininos atentando,

Que tão queridos tinha e tão mimosos,

Cuja orfindade como mãe temia,

Pera o avô cruel assi dizia:



“Se já nas brutas feras, cuja mente

Natura fez cruel de nascimento,

E nas aves agrestes, que somente

Nas rapinas aéreas tem o intento,

Com pequenas crianças viu a gente

Terem tão piadoso sentimento

Como co a mãe de Nino já mostraram,

E cos irmãos que Roma edificaram:



Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito

(Se de humano é matar hûa donzela,

Fraca e sem força, só por ter sujeito

O coração a quem soube vencê-la),

A estas criancinhas tem respeito,

Pois o não tens à morte escura dela;

Mova-te a piedade sua e minha,

Pois te não move a culpa que não tinha.

E se, vencendo a Maura resistência,

A morte sabes dar com fogo e ferro,

Sabe também dar vida, com clemência,

A quem pera perdê-la não fez erro.

Mas, se to assi merece esta inocência,

Põe-me em perpétuo e mísero desterro,

Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente,

Onde em lágrimas viva eternamente.



Põe-me onde se use toda a feridade,

Entre leões e tigres, e verei

Se neles achar posso a piedade

Que entre peitos humanos não achei.

Ali, co amor intrínseco e vontade

Naquele por quem mouro, criarei

Estas relíquias suas que aqui viste,

Que refrigério sejam da mãe triste.”



Queria perdoar-lhe o Rei benino,

Movido das palavras que o magoam;

Mas o pertinaz povo e seu destino

(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.

Arrancam das espadas de aço fino

Os que por bom tal feito ali apregoam.

Contra hûa dama, ó peitos carniceiros,

Feros vos amostrais e cavaleiros?



Qual contra a linda moça Polycena,

Consolação extrema da mãe velha,

Porque a sombra de Aquiles a condena,

Co ferro o duro Pirro se aparelha;

Mas ela, os olhos, com que o ar serena

(Bem como paciente e mansa ovelha),

Na mísera mãe postos, que endoudece,

Ao duro sacrifício se oferece:



Tais contra Inês os brutos matadores,

No colo de alabastro, que sustinha

As obras com que Amor matou de amores

Aquele que despois a fez Rainha,

As espadas banhando e as brancas flores,

Que ela dos olhos seus regadas tinha,

Se encarniçavam, fervidos e irosos,

No futuro castigo não cuidosos.





Bem puderas, ó Sol, da vista destes,

Teus raios apartar aquele dia,

Como da seva mesa de Tiestes,

Quando os filhos por mão de Atreu comia!

Vós, ó côncavos vales, que pudestes

A voz extrema ouvir da boca fria,

O nome do seu Pedro, que lhe ouvistes,

Por muito grande espaço repetistes.



Assi como a bonina, que cortada

Antes do tempo foi, cândida e bela,

Sendo das mãos lacivas maltratada

Da minina que a trouxe na capela,

O cheiro traz perdido e a cor murchada:

Tal está, morta, a pálida donzela,

Secas do rosto as rosas e perdida

A branca e viva cor, co a doce vida.



As filhas do Mondego a morte escura

Longo tempo chorando memoraram,

E, por memória eterna, em fonte pura

As lágrimas choradas transformaram.

O nome lhe puseram, que inda dura,

Dos amores de Inês, que ali passaram.

Vede que fresca fonte rega as flores,

Que lágrimas são a água e o nome Amores.



Não correu muito tempo que a vingança

Não visse Pedro das mortais feridas,

Que, em tomando do reino a governança,

A tomou dos fugidos homicidas.

Do outro Pedro cruíssimo os alcança,

Que ambos, immigos das humanas vidas,

O concerto fizeram, duro e injusto,

Que com Lépido e António fez Augusto.



Este castigador foi reguroso

De latrocínios, mortes e adultérios;

Fazer nos maus cruezas, fero e iroso,

Eram os seus mais certos refrigérios.

As cidades guardando, justiçoso,

De todos os soberbos vitupérios,

Mais ladrões, castigando, à morte deu,

Que o vagabundo Alcides ou Theseu.
.

(Os Lusíadas, Episódio de Dona Inês de castro, Canto III )


Logo se seguiu António Ferreira, com a Tragédia A Castro.

Apresentamos aqui um pequeno excerto do Acto IV



Inês de Castro dirige-se a El-Rei D. Afonso IV

CASTRO:

Meu Senhor,

Esta he a mãy de teus netos. Estes são

Filhos daquelle filho, que tanto amas.

Esta he aquella coitada molher fraca,

Contra quem vens armado de crueza.

Aqui me tens. Bastava teu mandado

Pera eu segura, e livre t'esperar,

Em ti, e em minh'innocencia confiada.

Escusarás, Senhor, todo este estrondo

D'armas, e Cavaleiros; que não foge.

Nem se teme a innocencia, da justiça.

E quando meus peccados me accusaram.

A ti fora buscar: a ti tomara

Por vida em minha morte: agora vejo

Que tu me vens buscar. Beijo estas mãos

Reaes tam piedosas: pois quiseste

Por ti vir-te informar de minhas culpas.

Conhece-mas, Senhor, como bom Rey,

Como clemente, e justo, e como pay

De teus vassallos todos, a que nunca

Negaste piedade com justiça.

Que vês em mim, Senhor? Que vês em quem

Em tuas mãos se mete tam segura?

Que furia, que ira esta he, com que me buscas?

Mais contra imigos vens, que cruelmente

T'andassem tuas terras destruindo

A ferro, e fogo. Eu tremo, senhor, tremo

De me ver ante ti, como me vejo:

Molher, moça, innocente, serva tua,

Tam só, sem por mim ter quem me defenda.

Que a lingua não s'atreve, o sprito treme

Ante tua presença, porém possam

Estes moços, teus netos, defender-me.

Elles falem por mim, elles sós ouve:

Mas não te falaram, Senhor, com lingua,

Que inda não podem: falam-te co as almas,

Com suas idades tenras, com seu sangue,

Que he teu, faláram: seu desemparo

T'está pedindo vida: não lha negues

Teus netos são, que nunca téqui viste:

E vê-los em tal tempo, que lhes tolhes

A glória, e o prazer, qu'em seus spritos

Lhe está Deos revelando de te verem.

REY:

Tristes foram teus fados, Dona Ines,

Triste ventura a tua.

CASTRO:

Antes ditosa,

Senhor, pois que me vejo ante teus olhos

Em tempo tam estreito: poem-nos hora,

Como nos outros soes, nesta coitada.

Enche-os de piedade com justiça.

Vens-me, senhor, matar? porque me matas?

REY:

Teus pecados te matam: cuida nelles.

(...)

REY:

Ó molher forte!

Venceste-me abrandaste-me. Eu te deixo,

Vive, em quanto Deos quer.

CASTRO:

Rey piadoso,

Vive tu, pois perdoas: moura aquelle,

Que sua dura tenção leva adiante.
 (...)


Um século mais tarde Maria Barbosa du Bocage, igualmente se dedicou à bela amante, numa cantata:

CANTATA À MORTE DE INÊS DE CASTRO


As filhas do Mondego a morte escura,

Longo tempo, chorando, memoraram.

CAMÕES, Lusíadas. Canto 3, cxxxv

A Ulina

Soneto dedicatório

Da miseranda Inês o caso triste

Nos tristes sons, que a mágoa desafina,

Envia o terno Elmano à terna Ulina,

Em cujos olhos seu prazer consiste.

Paixão, que, se a sentir, não lhe resiste

Nem nos brutos sertões alma ferina,

Beleza funestou quase divina,

De que a memória em lágrimas existe.

Lê, suspira, meu bem, vendo um composto

De raras perfeições aniquilado

Por mãos do Crime, à Natureza oposto.

Tu és cópia de Inês, encanto amado;

Tu tens seu coração, tu tens seu rosto...

Ah!, defendam-te os Céus de ter seu fado!



Longe do caro Esposo Inês formosa

Na margem do Mondego

As amorosas faces aljofrava

De mavioso pranto.

Os melindrosos, cândidos penhores

Do tálamo furtivo,

Os filhinhos gentis, imagem dela,

No regaço da mãe serenos gozam

O sono da inocência.

Coro subtil de alígeros Favónios

Que os ares embrandece,

Ora enlevado afaga

Com as plumas azuis o par mimoso,

Ora solto, inquieto,

Em leda travessura, em doce brinco,

Pela amante saudosa,

Pelos ternos meninos se reparte,

E com ténue murmúrio vai prender-se

Das áureas tranças nos anéis brilhantes.

Primavera louçã, quadra macia

Da ternura e das flores,

Que à bela Natureza o seio esmaltas,

Que no prazer de Amor ao mundo apuras

O prazer da existência,

Tu de Inês lacrimosa

As mágoas não distrais com teus encantos.

Debalde o rouxinol, cantor de amores,

Nos versos naturais os sons varia;

O límpido Mondego em vão serpeia

Co'um benigno sussurro, entre boninas

De lustroso matiz, almo perfume;

Em vão se doira o Sol de luz mais viva,

Os céus de mais pureza em vão se adornam

Por divertir-te, ó Castro;

Objectos de alegria Amor enjoam,

Se Amor é desgraçado.

A meiga voz dos Zéfiros, do rio,

Não te convida o sono:

Só de já fatigada

Na luta de amargosos pensamentos

Cerras, mísera, os olhos;

Mas não há para ti, para os amantes

Sono plácido e mudo;

Não dorme a fantasia, Amor não dorme:

Ou gratas ilusões, ou negros sonhos

Assomando na ideia, espertam, rompem

O silêncio da Morte.

Ah!, que fausta visão de Inês se apossa!

Que cena, que espectáculo assombroso

A paixão lhe afigura aos olhos d'alma!

Em marmóreo salão de altas colunas,

A sólio majestoso e rutilante

Junto ao régio amador se crê subida;

Graças de neve a púrpura lhe envolve,

Pende augusto dossel do tecto de oiro,

Rico diadema de radioso esmalte

Lhe cobre as tranças, mais formosas que ele;

Nos luzentes degraus do trono excelso

Pomposos cortesãos o orgulho acurvam;

A lisonja sagaz lhe adoça os lábios;

O monstro da política se aterra

E, se Inês perseguia, Inês adora.

Ela escuta os extremos,

Os vivas populares; vê o amante

Nos olhos estudar-lhe as leis que dita;

O prazer a transporta, amor a encanta;

Prémios, dádivas mil ao justo, ao sábio

Magnânima confere;

Rainha esquece o que sofreu vassala:

De sublimes acções orna a grandeza,

Felicita os mortais; do ceptro é digna,

Impera em corações... Mas, Céus! Que estrondo

O sonho encantador lhe desvanece!

Inês sobressaltada

Desperta, e de repente aos olhos turvos

Da vistosa ilusão lhe foge o quadro.

Ministros do Furor, três vis algozes,

De buídos punhais a dextra armada,

Contra a bela infeliz, bramando, avançam.

Ela grita, ela treme, ela descora;

Os frutos da ternura ao seio aperta,

Invocando a piedade, os Céus, o amante;

Mas de mármore aos ais, de bronze ao pranto,

À suave atracção da formosura,

Vós, brutos assassinos,

No peito lhe enterrais os ímpios ferros.

Cai nas sombras da morte

A vítima de Amor lavada em sangue;

As rosas, os jasmins da face amena

Para sempre desbotam;

Dos olhos se lhe some o doce lume;

E no fatal momento

Balbucia, arquejando: «Esposo! Esposo!»

Os tristes inocentes

À triste mãe se abraçam,

E soltam de agonia inútil choro.

Ao suspiro exalado,

Final suspiro da formosa extinta,

Os amores acodem.

Mostra a prole de Inês, e tua, ó Vénus,

Igual consternação e igual beleza:

Uns dos outros os cândidos meninos

Só nas asas diferem

(Que jazem pelo campo em mil pedaços

Carcases de marfim, virotes de oiro).

Súbito voam dois do coro alado:

Este, raivoso, a demandar vingança

No tribunal de Jove;

Aquele a conduzir o infausto anúncio

Ao descuidado amante.

Nas cem tubas da Fama o grão desastre

Irá pelo Universo.

Hão-de chorar-te, Inês, na Hircânia os tigres;

No torrado sertão da Líbia fera,

As serpes, os leões hão-de chorar-te.

Do Mondego, que atónito recua,

Do sentido Mondego as alvas filhas

Em tropel doloroso

Das urnas de cristal eis vêm surgindo;

Eis, atentas no horror do caso infando,

Terríveis maldições dos lábios vibram

Aos monstros infernais, que vão fugindo,

Já c'roam de cipreste a malfadada,

E, arrepelando as nítidas madeixas,

Lhe urdem saudosas, lúgubres endeixas.

Tu, Eco, as decoraste,

E, cortadas dos ais, assim ressoam

Nos côncavos penedos, que magoam:

«Toldam-se os ares,

Murcham-se as flores;

Morrei, Amores,

Que Inês morreu.

«Mísero esposo,

Desata o pranto,

Que o teu encanto

Já não é teu.

«Sua alma pura

Nos Céus se encerra;

Triste da Terra,

Porque a perdeu.

«Contra a cruenta

Raiva íerina,

Face divina

Não lhe valeu.

«Tem roto o seio

Tesoiro oculto,

Bárbaro insulto

Se lhe atreveu.

«De dor e espanto

No carro de oiro

O Númen loiro

Desfaleceu.

«Aves sinistras

Aqui piaram

Lobos uivaram,

O chão tremeu.

«Toldam-se os ares,

Murcham-se as flores:

Morrei, Amores,

Que Inês morreu.»

Durante o século XX, Inês, mulher em perda, de coração, de sentimentos, de pureza, continuou su a cruzada, por interposta pessoa

Afonso Lopes Vieira, nascido  a 26 de Janeiro do ano de 1878, em Leiria, poeta português. Escreveu sobre a bela aia o seguinte soneto:


Choram ainda a tua morte escura

Aquelas que chorando a memoraram;

As lágrimas choradas não secaram

Nos saudosos campos da ternura.



Santa entre as Santas pela má ventura,

Rainha, mais que todas que reinaram,

Amada, os teus amores não passaram

E és sempre bela e viva e loira e pura.



Ô linda, sonha aí, posta em sossego

No teu muymento de alva pedra tina,

Como outrora na Fonte do Mondego.



Dorme, sombra de graças e de saudade,

Colo de Graças, amor, moço menina,

Bem-amada por toda a eternidade!


José Carlos Ary dos Santos, nascido a 7 de Dezembro de 1937,  poeta e declamador de poesia português.  escreveu  o "Soneto de Inês":

Dos olhos corre a água do Mondego


os cabelos parecem choupais

Inês! Inês! Rainha sem sossego

dum rei que por amor não pode mais.

Amor imenso que também é cego

amor que torna os homens imortais.

Inês! Inês! Distância a que não chego

morta tão cedo por viver demais.

Os teus gestos são verdes os teus braços

são gaivotas poisadas no regaço

dum mar azul turquesa intemporal.

As andorinhas seguem os teus passos

e tu morrendo com os olhos baços

Inês! Inês! Inês de Portugal.


A mulher escritora, em Portugal nascida, também não deixou de eternizar a bela lenda da menina Inês.

Falamos de Natália Correia, com o texto:


Era pedra e sobre essa pedra


Ergueu-se o templo do amor atroz.

Ele de fogo, ela a cordeira

Toda cordura chamando o algoz.



Sangram as tubas: Inês é morta!

Em meigo mito transmuta-a o pranto

Do ermo amante que erra sozinho

No seu deserto de diamante.



Nem ar sangrento buscam seus olhos

Do corpo amado desfeitas pérolas;

E como fera coro os ossos

Da formosura que ao alto o espera



E em desatino da paixão lusa,

Perdida a alma que em Inês tinha,

O fim do mundo ficou esperando

Aos pés da morta, sua rainha.


Como se viu pelos exemplos seleccionados a história de amantes sem medo, foi feita bandeira da libertação.